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Os Textos que ditam moralidades...

sábado, novembro 18, 2006

Passarinho

É um passarinho e queria voar, sair do seu ninho, correr esse mundo fora.
Queria poder sonhar e sentir o que é estar fora do seu cantinho, mas tinha medo, tinha medo de cair, não sabia bater as asas, não sabia como consegui-lo.
Um dia, o sol bem de manhã cedo, bateu-lhe por entre a penugem, e fê-lo acordar. Como ainda tudo dormia, estava tudo tranquilo, para que não fosse gozado, lá tentou, mas em vão, nada conseguiu, nem sequer passou de um simples pulo. Um pulinho e nada conseguiu.
Nesse dia não conseguiu, ficou triste para consigo, era o único que ainda ficava no ninho esperando que sua mãe lhe trouxesse aquilo que todos os irmãos já faziam, buscar a comida.
Mas não desistiu, até que uma certa manhã, no meio daquelas tentativas e de um pulinho mal calculado caiu, desequilibrou-se e veio por ali a baixo, foi batendo asas, para tentar voar, mas só parou no chão. Pum! Grande queda, não poderia sobreviver, era demasiado alto para o conseguir. Não podia, acontecer isso ao pobre do passarinho, depois de tanto esforço, não.
Levantou-se, ao menos sobreviveu, conseguiu bater asas, mas não voou.
Questionava-se como voltar a subir à árvore, como voltar para o seu ninho. Não esperou ninguém que o socorresse, foi subindo ramo após ramos, folha após folha, pulo após pulo, até que conseguiu chegar de novo ao seu ninho.
Pensava para si mesmo, se voltasse a tentar, se iria cair. Pois era provável que sim, mas não o fez na manhã seguinte, não o voltou a faze-lo nunca mais.
Viveu assim, cresceu ali no seu ninho, até que um dia viu passar um diamante reluzente, uma sua amiga, apaixonou-se. Dizem que o amor pode ser solução!
Foi, correu atrás dela, e conseguiu voar, conseguiu bater asas, pela primeira vez na vida. Conseguiu ir atrás dela, aos solavancos claro, mas foi. O resto da história, não sei porque voaram para longe. Mas que de certo foram felizes, lá isso aposto que sim.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Uma Simples Viagem

Mais uma manhã em que o telemóvel toca para partir, segunda de manhã, e lá me vou preparando, arrumando as últimas coisas antes de ir embora. A mala está pesada e totalmente cheia, a moral é de levar para casa mantimentos e coisas para durante a semana ou quem sabe mais dias aproveitar sem ter muitos outros trabalhos.
Vou actualizar as últimas coisas nas minhas páginas da Internet, principalmente o Fotolog que tanta vida dou àquilo.
Está na hora de partir, pego nas malas, mochila às costas e saco vermelho pela mão, tem um raio dumas rodinhas que são muito úteis. Uns dias, levo a mala mais pesada que outros, depende do que leve lá dentro.
Do mesmo modo, posso ir a pé atravessando a cidade sozinho, já emergido no pensamento, fazendo um balanço ao fim de semana, mas por outro lado, posso ter a sorte de encontrar o autocarro da cidade e apanhar uma boleia, que vale a pena.
Compro o bilhete, no sítio de sempre, a senhora é a mesma, o motorista também, só os passageiros é que variam.
Sempre o mesmo, cuidado que vai mudar depois no Porto, sim eu isso já sei!
Uma pequena paragem em Vila Real, mas quase não dou por isso, vou quase sempre a dormir e a regular o sono, durante esse tempo de viagem chamo-lhe a primeira metade que é o caminho até ao Porto, e só depois de uma paragem para almoço e que passamos a segunda metade que vai até Coimbra.
Aquando do intervalo no Porto, é certo que à chegada vejo umas caras bonitas, santo deus, aquilo sim é uma beleza, mas parados para almoço, após isso vamos novamente reunir-nos cá fora para esperar o autocarro e qual não é o meu espanto, não há santa vez que não apareça um ou dois a pedir uma moedinha, nem que sejam 10cêntimos, ou então uma cigana com aqueles papeis.
Que bela imagem que uma pessoa tira do Porto se for apenas de passagem.
Embarco com destino a Coimbra, e nessa metade, já não existe sono, então de fones nos ouvidos, lá venho eu pensando. Mas que situação me fui recordar…
Tinha visto um vídeo de um mágico chinês, um truque brutal, mesmo bom só em todo o programa para executar qualquer coisa tudo que ia explicando era em chinês, para todo mundo perceber. Pois bem, o engraçado eram os comentários, de um gajo a dizer que o vídeo não estava lá grande coisa e que ainda por cima não estava em inglês, que de resposta vejo um comentário que passo a citar:

“What didn’t you understand?”

Até parece fácil, mas é uma simples viagem, que até passa rápido, mesmo que sozinho